terça-feira, 7 de outubro de 2008

CAMALEÃO - Marcelo Mourão

Camaleão
Marcelo Mourão


posso ser o que eu quiser:
anjo, santo, flor, menina
ser Buda, Talião, Maomé.
posso ser sua mãe
posso virar minha mãe
ser pessoa importante
ou apenas uma qualquer

posso me pôr nu,
andando, deitado ou em pé
voar, flutuar, me transportar
como um facho, um raio
seja pra China, Cochinchina ou Tibet

posso quebrar as regras
infringir todas as leis
caminhar pro abismo
cravar uma adaga no peito
sem que eu precise morrer

posso estar cego, surdo, mudo
ser pedinte, traste e vagabundo
que reviro o mundo da cabeça aos pés
a poesia me permite tudo
e estou pronto pro que der e vier





Um comentário:

Murillo diMattos disse...

Cara, gostei de todas, das que eu li, mas confesso que perdi as contas de quantas foram, mas que eu gostei, gostei mesmo!. Tanto é que fiquei na dúvida em qual delas faria um comentário, e digo que não escolhi a esmo, essa em especial retrata bem o coração de um poeta (eu sei bem por que tento sê-lo, eu necessito disso... é o mesmo que respirar, não é?), e é tão bom que através das palavras, essas transcrições, símbolos para ser mais exato, que trazem a nossa alma para o papel (eu ainda prefiro escrevê-las), consiga dar essa sensação de liberdade, de que podemos realmente nos metamorfosear, e você o fez com excelência, pois aqui li um pouco de sua alma, tanto é que eu digo o obvio; és um poeta, e como tal te convido a participar do concurso de poesia que estou realizando no meu blog: www.masmorradosdragoes.blogspot.com
Dê um pulinho lá e veja o procedimento com carinho, pois gostaria muito que você participasse. Se puder, e se assim o quiser, divulgue o concurso, ok? Independente de sua participação ou não, ainda nos falaremos, pois de cara já virei fã. Obrigado e tenha um feliz Natal.
Murillo diMattos